III Congresso Nacional da Juventude Camponesa e as reformas da terra e dos ares

No dia 14 ao dia 19 de janeiro, aconteceu no Parque de Exposição de Animais, em Recife, o III Congresso Nacional da Juventude Camponesa! Neste evento, simultaneamente o 4º Encontro Juventude e Agroecologia organizado pelo Centro Sabiá com o objetivo de debater a relação das juventudes rurais e a comunicação como um instrumento de luta e transformação social.

Laboratório de Mídias Autônomas (LA.M.A) em parceria com o Centro Sabiá, fortaleceu o espaço com a roda de diálogos e práticas de Rádio Livre, no qual  foram debatidas questões sobre comunicação livre e popular, estratégias de auto-organização e a importância da comunicação como estratégia de luta para os movimentos sociais e coletivos.

Houve também o intercâmbio de saberes e a exposição de diversas experiências de grupos e coletivos do campo e da cidade que já experienciam “o fazer” e o “ser a mídia” a partir do processo de apropriação das tecnologias da comunicação.

O momento de construção nos apresentou também, o cenário de repressão e a dura realidade a qual nós que lutamos por uma comunicação livre e popular estamos sofrendo: rádios comunitárias sendo fechadas, materiais sendo apreendidos, ações coronelistas que nos impossibilitam do direito básico à comunicação e expressão – nos deparamos com as lutas e reformas tanto da Terra como a dos Ares!!!

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Bonito de se ouvir o encontro se encerra com a expressão do Cordel da Comunicação (feito por Gilmar Ramos durante o 4º Encontro Juventude e Agroecologia):

1 – Sou um jovem sonhador
Que vivo a sonhar;
E por comunicação
Vamos todos batalhar;
Mostrar que temos ações
Lutar com dedicação
Vamos juntos anunciar.

2 – Esquecer esta história
Que a mídia sempre mostrou;
Com a nossa comunicação
Mostrar que o jovem acordou;
Falar a nossa verdade
Que temos capacidade
E que a luta não acabou.

3 – Comunicação é tudo
Comunicar é viver;
Comunicação é liberdade
Comunicar é crescer;
Comunicação e a vontade
De um dia poder crescer.

4 – É isso aí juventude
Não sabemos aonde vamos;
Mas com a comunicação
Por aqui não paramos;
Fica o meu aperto de mão
E um abraço de Gilmar Ramos

Gilmar Ramos – Campo Alegre de Lourdes – BA

Cabelaço-PE articulando com a Associação dos Coquistas de Olinda intervenções de ENFRENTAMENTO DA VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER!!!

O CABELAÇO-PE  marcou presença nesta segunda-feira (20/01) na reunião da Associação dos Coquistas de Olinda a fim de sensibilizar e mobilizar a comunidade e os(as)cantores(as) do coco para a problemática da violência contra a mulher nesses espaços. A discussão foi bem acalorada e regada à muitos relatos de como este tipo de comportamento se naturalizou e as mulheres por diversas razões – econômicas, simbólicas, emocionais – se encontram vulneráveis ainda nessa sociedade machista, racista, homofóbica e transfóbica.

O Cabelaço é um movimento de libertação, que se destina a unir homens e mulheres para a valorização da identidade e auto-estima afro, usando como mote o cabelo.  Nosso cabelo, na verdade, representa todas as questões que vão de encontro a estereótipos impostos pela sociedade. Cabelo afro, cabelo natural, cabelo curto, cabelo dread, cabelo cacheado, ondulado, liso, assanhado, fuás…! Vamos nos libertar e soltar as madeixas! É pra quem se garante!!

Assim, as mulheres integrantes do Cabelaço propuseram ações educativas e de intervenção artística cultural para que os moradores e as moradoras que participam das festas de Coco tenham contato e se sensibilizem conjuntamente nessa luta contra o machismo e o racismo.

O Coco é uma festa da resistência, de ciência cultural periférica e que historicamente vêem sofrendo vários ataques com o racismo institucional e a intolerância religiosa, sendo reafirmado a importância desse espaço de vida e cor para a resistência popular. Para tanto, reafirmamos a urgência de incidirmos sobre as problemáticas de violência que acometem principalmente as mulheres negras nas festas do Coco, tal como, o cuidado para com as letras das músicas a fim de revertermos esse processo de objetificação da mulher – foram pautas fundantes no encontro para a desconstrução dessa realidade.

Coquistas de Recife como o Diego Leon do “Coco Verde e Melancia”  e a  SecMulher do estado de Pernambuco foram convidadxs para fortalecerem a reunião e a construção dessas ações. A SecMulher  apresentou a última campanha de enfrentamento da violência contra à mulher e disponibilizou materiais a serem distribuídos nas próximas cocadas que acontecerá no último sábado(25/01) do mês no COCO DO PNEU, NO AMARO BRANCO A PARTIR DAS 17HS.

Venha festejar conosco essa Luta contra o machismo e o racismo nas Cocadas!!!

Estaremos com cine feminista e muito axé!!! Sigam Cabelaço PE < https://www.facebook.com/CABELACOPE?fref=ts >

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#nãovaitercoparecife – nesta quinta feira, 23 de janeiro às 18h na Rádio LAMA.

Muralismo

Correr, chutar e chorar pela bola de futebol faz parte da história do Brasil. Para esquecer nossos problemas, aliviar o estresse ou simplesmente suar. Rola a bola e as atenções se reúnem e eis que surge um momento ecumênico. Uma lágrima, abraços desconhecidos, beijos enlouquecidos, uma tremedeira danada e uma vontade de cantar e estar junto.

Entretanto não vemos a organização do futebol (o esporte) voltado para os interesses de seus/suas praticantes e torcedoras/torcedores. Os empresários ocupam o centro nervoso do mundo da bola; tomaram conta e vivem à elevar os lucros e transformam o Futebol num P-A-C-O-T-E. Assim podem comercializar com ele, vender, comprar, trocar… mas e a pulsão e o suor? Tudo igualmente empacotado e enviado para um consumidor SEDENTÁRIO atrás de uma TV.

O ponto maior dessa comercialização do Futebol é a Copa do Mundo. Quando a FIFA faz o seu MEGA-PACOTE-EVENTO e oferece para seu querido sedentário um rolê com selo de garantia FIFA! A própria empresa trata de traçar o perfil dos participantes e o roteiro que cada qual vai perfazer. Amazônia, Pantanal, Praias do Nordeste, Rio, Sampa… Aqui chegando, se oferece o melhor da culinária MUNDIAL: Mc Donalds, Coca-Cola, Budweiser. Turismo sexual não poderia faltar, claro! Afinal seus garotos estão muito parados em suas HOME-TVs.

Aqui a FIFA invade os nossos comércios populares e transforma em seus “cabarets” de luxo. Desaloja as ocupações urbanas com mais de 20 anos de assentamento, exclui as populações periféricas do acesso aos bens comuns, como a água, a terra, transporte público, saúde, educação, para logo depois se beneficiar com a captação de mão de obra barata tanto para trabalhar de mulas no comércio, como para comercializarem seus corpos como mulas por baixo de um GRINGO.

A Copa do Mundo de Futebol de 2014 no Brasil vem se apresentando como um dos principais instrumentos do capitalismo para dar um choque de ordem econômica nos países periféricos. Trazendo como consequências remoções de moradia, higienização social, exploração sexual, criminalização e controle de movimentos sociais pelas forças de segurança do Estado, entre outras conturbações para este recanto do mundo.

Por estes motivos, o Revocultura convida movimentos sociais, organizações de trabalhadoras e trabalhadores informais, pessoas desalojadas de suas casas ou comércio e as que ainda estão sob a mira de perder sua paz por conta da Copa do Mundo, à participarem de uma série de programas que produziremos nos próximos meses. O foco dos programas será os transtornos gerados pela FIFA e pela Copa do Mundo de futebol para as camadas mais pobres da população.

Nesta quinta-feira (23) irá ao AR a primeira edição que contará com a participação dos grupos: Brigada Muralista Palafita; do Instituto Feminista SOS Corpo; do Coletivo de Luta Comunitária; da Frente Independente e Popular (FIP-Praieira); e outras colaborações. A partir das 15h iremos iniciar a produção de um mural junto com a Brigada Muralista Palafita, com o tema do programa: “Não Vai Ter Copa”. Às 18h irá ao AR o programa do Revocultura.

Tudo isso no Laboratório de Mídias Autônomas!

Rádio Lama, por uma comunicação livre e popular!
88.1MHz FM na Zona Oeste da cidade do Recife
Blog: lama.noblogs.org
Rádio OnLine: dissonante.org

É hoje: Caracol do LAMA!

Hoje, 14h vai rolar o Caracol do LA.M.A Por uma Comunicação Livre e Popular.

Impulsionar a criatividade, provocar a autogestão, ampliar a comunicação da/na periferia, construir as lutas sociais em 2014. Chamamos todxs indivíduos, coletivos e organizações anticapitalistas para participar do Caracol do LA.M.A no dia 18 de janeiro às 14h, na Rua Costa Lindolfo Collor, nº 65 – Engenho do Meio, no CIS – Centro Integrado de Saúde.

O Caracol do LA.M.A é inspirado no Caracol Zapatista: um espaço onde se fala e escuta, a voz entra, mas também sai, e por isso o nome Caracol. Estes momentos de encontros possibilitam o fortalecimento de uma rede de solidariedade, pessoas e coletividades que querem colocar na prática, o direito à comunicação.

Com benção de Iansã e Xangô regendo nosso caminho de forma forte, inteligente, criativa e com amor à liberdade, vamos celebrar a luta no Caracol com rodas de diálogos, mesa de frutas e muita musica!!!