#nãovaitercoparecife – nesta quinta feira, 23 de janeiro às 18h na Rádio LAMA.

Muralismo

Correr, chutar e chorar pela bola de futebol faz parte da história do Brasil. Para esquecer nossos problemas, aliviar o estresse ou simplesmente suar. Rola a bola e as atenções se reúnem e eis que surge um momento ecumênico. Uma lágrima, abraços desconhecidos, beijos enlouquecidos, uma tremedeira danada e uma vontade de cantar e estar junto.

Entretanto não vemos a organização do futebol (o esporte) voltado para os interesses de seus/suas praticantes e torcedoras/torcedores. Os empresários ocupam o centro nervoso do mundo da bola; tomaram conta e vivem à elevar os lucros e transformam o Futebol num P-A-C-O-T-E. Assim podem comercializar com ele, vender, comprar, trocar… mas e a pulsão e o suor? Tudo igualmente empacotado e enviado para um consumidor SEDENTÁRIO atrás de uma TV.

O ponto maior dessa comercialização do Futebol é a Copa do Mundo. Quando a FIFA faz o seu MEGA-PACOTE-EVENTO e oferece para seu querido sedentário um rolê com selo de garantia FIFA! A própria empresa trata de traçar o perfil dos participantes e o roteiro que cada qual vai perfazer. Amazônia, Pantanal, Praias do Nordeste, Rio, Sampa… Aqui chegando, se oferece o melhor da culinária MUNDIAL: Mc Donalds, Coca-Cola, Budweiser. Turismo sexual não poderia faltar, claro! Afinal seus garotos estão muito parados em suas HOME-TVs.

Aqui a FIFA invade os nossos comércios populares e transforma em seus “cabarets” de luxo. Desaloja as ocupações urbanas com mais de 20 anos de assentamento, exclui as populações periféricas do acesso aos bens comuns, como a água, a terra, transporte público, saúde, educação, para logo depois se beneficiar com a captação de mão de obra barata tanto para trabalhar de mulas no comércio, como para comercializarem seus corpos como mulas por baixo de um GRINGO.

A Copa do Mundo de Futebol de 2014 no Brasil vem se apresentando como um dos principais instrumentos do capitalismo para dar um choque de ordem econômica nos países periféricos. Trazendo como consequências remoções de moradia, higienização social, exploração sexual, criminalização e controle de movimentos sociais pelas forças de segurança do Estado, entre outras conturbações para este recanto do mundo.

Por estes motivos, o Revocultura convida movimentos sociais, organizações de trabalhadoras e trabalhadores informais, pessoas desalojadas de suas casas ou comércio e as que ainda estão sob a mira de perder sua paz por conta da Copa do Mundo, à participarem de uma série de programas que produziremos nos próximos meses. O foco dos programas será os transtornos gerados pela FIFA e pela Copa do Mundo de futebol para as camadas mais pobres da população.

Nesta quinta-feira (23) irá ao AR a primeira edição que contará com a participação dos grupos: Brigada Muralista Palafita; do Instituto Feminista SOS Corpo; do Coletivo de Luta Comunitária; da Frente Independente e Popular (FIP-Praieira); e outras colaborações. A partir das 15h iremos iniciar a produção de um mural junto com a Brigada Muralista Palafita, com o tema do programa: “Não Vai Ter Copa”. Às 18h irá ao AR o programa do Revocultura.

Tudo isso no Laboratório de Mídias Autônomas!

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